Alguns insights da conversa:
[03:20] - A importância da inovação na indústria farmacêutica: pense diferente para transformar
Patricia conta como sua experiência em consumo em massa a ensinou a desafiar paradigmas na indústria farmacêutica. “Na indústria farmacêutica, tendemos a nos ver como um setor rígido, mas a inovação não se trata apenas de tecnologia, mas de mentalidade. No consumo em massa, se um concorrente lançasse algo novo, em poucas semanas já estávamos respondendo. Por que não podemos aplicar a mesma agilidade na área da saúde?”
[07:50] - Diversidade como vantagem competitiva na área da saúde.
A diversidade na indústria farmacêutica não deve se limitar ao gênero ou origem, mas às experiências. “Em nossa equipe, temos pessoas de tecnologia, consumo em massa, logística. A mistura de visões cria soluções que o pensamento tradicional não vê. Não se trata apenas de quem você é, mas de como você pensa e quais experiências você traz.”
[18:20] - A chave para a liderança: saber dizer 'não sei'.
Patricia enfatiza que a liderança na área da saúde exige autenticidade. “Os líderes não precisam saber tudo. Dizer “não sei” abre as portas para a inovação e permite que a equipe traga soluções melhores. Se um líder se apega a ter todas as respostas, ele bloqueia o crescimento.”
[21:45] - Como criar uma cultura em que erros sejam permitidos sem punição.
Inovar envolve assumir riscos. “O problema em muitas empresas é que elas dizem que erros são permitidos, mas quando alguém tenta algo e não funciona, elas as punem. Nós, da Novo, criamos “zonas de teste” nas quais fazemos experiências em uma região antes de ampliar a escala. Dessa forma, aprendemos de forma rápida e correta antes de uma implantação em massa.”
[26:10] - A experiência de ser paciente em um sistema de saúde complexo.
Patricia, diagnosticada com câncer colorretal antes dos 40 anos, conta como ela experimentou o sistema internamente. “Eu conhecia o sistema, sabia para quem ligar, o que pedir... e ainda era difícil. Imagine um paciente sem essa informação. Nos primeiros 30 dias após o diagnóstico, a mente fica nublada. É muita informação e muitas decisões em pouco tempo.”
[30:30] - Como melhorar a experiência do paciente em um sistema superlotado.
“No meu EPS, recebi um grupo especial de pacientes oncológicos. Eles me ligaram uma vez por mês para ter certeza de que tudo estava avançando. Por que não podemos escalar isso para outros pacientes crônicos? Pequenas intervenções podem fazer grandes mudanças no acesso e na continuidade do tratamento.”
[33:50] - Detecção tardia do diabetes tipo 1 em crianças e a solução a partir da educação.
Patricia explica o programa que eles lançaram com a Fundação Mundial do Diabetes. “O problema na Colômbia não é o acesso à insulina, mas o diagnóstico tardio. As crianças chegam em coma diabético porque os sintomas são confusos. É por isso que educamos professores, pediatras e clínicos gerais para detectar sinais precoces.”
[38:15] - O erro de copiar soluções sem adaptá-las ao contexto local.
“Quando a pandemia começou, muitas instituições queriam importar modelos de IA de diagnóstico da COVID. Mas eles não eram escaláveis na Colômbia porque precisavam de equipamentos que apenas 3 ou 4 hospitais tinham. Inovação não é copiar, é se adaptar.”
[41:20] - Como escalar soluções tecnológicas para áreas remotas.
“O grande desafio da saúde na América Latina é o acesso. Se continuarmos com o modelo tradicional, nunca alcançaremos as regiões mais remotas. A digitalização e a IA são fundamentais para fechar essa lacuna e levar a saúde para onde não há especialistas.”
[45:40] - Como você sabe quais projetos priorizar em saúde digital?
“Muitas empresas se apaixonam por ideias sem validar seu impacto. Na Novo, antes de adotar uma tecnologia, nos perguntamos: ela atende a uma necessidade real? É escalável? Isso melhora a vida do paciente? Se não atender a esses critérios, não o fazemos.”
[48:15] - A importância de antecipar mudanças na área da saúde
Patricia revela como sua equipe previu algumas das mudanças no sistema de saúde atual. “Trabalhamos há três anos em iniciativas que agora estão alinhadas com o novo regulamento. Nem tudo pode ser previsto, mas se você ler bem os sinais do mercado, poderá tomar melhores decisões e se adaptar mais rapidamente.”
[52:00] - Resistência à mudança: o grande obstáculo nos cuidados de saúde.
“O maior erro na área da saúde é se apegar ao passado. Se o sistema está mudando, você precisa mudar com ele. Quem se adaptar mais rápido liderará o futuro.”
Este episódio está repleto de lições importantes para líderes em produtos farmacêuticos e de saúde. Desde estratégias para inovar com impacto real até a importância de uma IA bem aplicada e da escalabilidade de soluções em áreas remotas, cada minuto tem valor. Ouça agora!